Em entrevista publicada pelo jornal O Globo na edição desta terça-feira, 09 de abril, o ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência da República, ressaltou a importância de o governo federal estar concentrado na formulação de políticas públicas que alcancem todas as brasileiras e brasileiros, sem distinção; e na defesa da democracia, que ainda sofre perigo, na avaliação dele.

 

Na conversa de cerca de uma hora com os jornalistas Jennifer Gularte e Sérgio Roxo, o ministro sergipano – que segundo o jornal é um dos mais próximos do presidente Lula  - alertou para o fato de que a sociedade brasileira precisa enfrentar um debate político sobre o país que se quer construir, que valores são mais relevantes para a sociedade. Macêdo destacou que entregar novos programas à sociedade não basta para resolver os problemas enfrentados pela democracia. E que é necessário que o povo brasileiro se aproprie dessas novas conquistas. “ Uma parte das coisas que nós fizemos ainda não chegou para o conjunto da população. A democracia corre alguns riscos, então não são só as entregas que resolvem o problema. Precisamos das entregas, mas também de debate, de disputa política”, afirmou.

 

O ministro destacou que o governo deve se engajar na arena política, mas que existem pautas, como as mais ideológicas, que não são papel do executivo levantar discussão. Macedo disse aos jornalistas que “temos que governar. As pautas ideológicas e identitárias cabem aos partidos e movimentos, não ao governo. Não é papel do governo fazer debate de costumes, de pauta ideológica. Estou dialogando com organizações católicas, com evangélicos. O Estado é laico. O governo não pode priorizar e adotar qualquer religião.”

 

Por outro lado, Macedo reafirmou que as prioridades do governo Lula devem unir todo o país. “Acabar com a pobreza é uma pauta importante dos democratas da esquerda no Brasil? O controle fiscal da inflação não é uma pauta responsável com o Brasil? Aumentar os investimentos no país, fortalecer a agricultura familiar, fazer a participação social... É o que a esquerda defende no Brasil e no mundo, e nós estamos fazendo.”, disse o sergipano.

 

Macedo também foi perguntado se a proximidade dele com o presidente Lula estaria gerando ciúme. Macedo respondeu: “não sei. Mas ciúme é inerente ao ser humano. Eu me distancio desse sentimento. Sou da frase do Alceu Valença: “O ciúme é a véspera do fracasso, e o fracasso provoca o desamor”.