Quem acompanha os meus trabalhos de pesquisa conhece o carinho e a preservação que nutro pela memória acerca do contexto histórico sergipano. Não podemos jamais deixar que a identidade cultural de um povo tão alegre e acolhedor venha a se apagar. Sermos afeitos aos nossos patrimônios locais é dever essencial para quem ama a tradição que aqui germina.

 

Dentre tantos, enfatiza-se aqui a indelével relevância de Mariano Salmeron Navarro. Nascido em Cieza, na Espanha, num dia 05 de agosto do ano 1896, Mariano Salmeron teve sua admirável biografia entrelaçada com o Estado sergipano. Após passar por período de guerras em terras espanholas, aporta na cidade de Riachuelo donde une-se com D. Guiomar de Barros Mesquita.

 

Da bela união nascem os 7 filhos, sendo 2 homens e 5 mulheres. Empresário nato, foi dono de padaria, sítios e fazendas em Salgado/SE. Em sucedâneo, chegando na capital, edificou emblemática funerária e adquiriu nababesco sítio no antigo bairro Aribé, hoje Siqueira Campos. Lá era a casa de campo familiar, pois a principal residência ficava na Rua Santa Luzia, no centro da cidade.

 

Entre 1930 e 1940, Mariano divide o sítio em lotes e os vende para pessoas que necessitavam de casa para moradia. Sua nobre atitude foi essencial para vislumbrarmos o desenvolvimento da região, sendo em dias hodiernos dos mais importantes polos comerciais e residenciais de Aracaju.

 

Ademais, auxiliou a população nos seus anseios hídricos, pois nesse tempo era dono de grande depósito de água, repleto de chafarizes, cata-vento e estábulos. Além disso, oferecia quadras de terras para a construção de escolas, comprometimento irrevogável que nutria pela educação da comunidade.

 

Humilde, disposto e perseverante, Mariano Salmeron Navarro fez parte dos quadros da Maçonaria e foi dos responsáveis por formar, como vimos aqui, um dos bairros mais representativos e prósperos da capital sergipana, cuja principal rua leva merecidamente seu altivo nome.