A arte do inesperado

26/05/2019 09:35


A arte do inesperado

A política é a arte do inesperado, campo fértil para surpresas que, aos serem bem examinadas, não passam de um pálido aspecto de uma grande preparação com objetivos definidos.

Invisíveis para a grande massa da população e até mesmo para a maioria dos que se julgam envolvidos e contaminados pelo jogo político, seus militantes se autodestroem, ofuscados pela ambição do poder.

Historicamente em Sergipe têm acontecido exceções estranhas dentro do que se convenciona chamar de grupos no poder. Só como um pálido exemplo, a dominação do PSD de Leite Neto, poderoso em todos os setores, elegendo nomes indicados pelo mentor do colegiado, mas, finalmente, tendo de ceder à alternância do poder, transferindo o cetro para outro grupo.

Tem sido assim, também, no Brasil. Os conflitos intestinais detonam a ambição de nomes que começam a sonhar alto demais e implodem o que deveria fortalecer e preservar.

            “Café com leite” é como que se denominava a supremacia de São Paulo/Minas Gerais que, pelo peso eleitoral, sempre decidiam, de quatro em quatro anos, quem sentaria no trono do comando, quem seguraria a caneta da força soberana. Desvios inesperados, entretanto, vez em quando, faziam sérios estragos no “processo”, como aconteceu com Getúlio(Sul) ou Collor(Nordeste).

Como se vê, a Democracia, em sendo do povo, para o povo e pelo povo, tão somente anestesia os eleitores, mas, mesmo assim, por ser um regime de sobrevivência é o menos maléfico de todos os sistemas governamentais.

Até por uma questão de equilíbrio, os que almejam o poder, têm de se ater, sem se afastar do lugar comum do bom senso,  a  uma permanente preparação de sucessores em suas próprias fileiras. Para evitar acidentes de percurso...

Dizer-se que Belivaldo é o herdeiro de Deda, ou que Jackson ou Edvaldo o sejam, é uma tolice exemplar. A ele, faltou o folego da vida, para preparar um sucessor, ou quem sabe se também não seguiria os passos dos Franco ou de João Alves, que nunca se avaliaram substituíveis?

Os tempos são outros, o mecanismo e o processo da sucessão vão além da simples vontade pessoal, razão pela qual os políticos têm de se submeter à serena placidez da continuidade (que é sempre mais confortável), relegando a um segundo plano a ganancia do mando egocêntrico.

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