A semana passada o Ministério da Educação divulgou levantamento oficial destacando que 50% dos professores da rede pública não têm condições básicas para exercerem suas funções. Este dado estatístico alcançou grande repercussão na imprensa e valeu comentários deveras polêmicos.

Ariano Suassuna, do alto de sua sabedoria analítica e jocosa, costumava dizer que “existem três tipos de mentira: a mentira, propriamente dita, a mentira deslavada e a estatística”.

Nem tanto ao mar, nem tanto à terra, muito pelo contrário, ficamos com a verdade que salta aos olhos: estamos abaixo da critica em termos de qualidade professoral, e a culpa não é apenas desses mestres que, sem   responsabilidade e competência, assumem cadeiras para instruir jovens, sem a mínima bagagem. 

O que se pode esperar de professores formados sem base para exercer profissão tão importante e fundamental? Não basta ter um diploma – que pode ser comprado à distância – para exercer o magistério, ou qualquer outra profissão liberal...

A sistematização dos caminhos que a Educação deve tomar passa por uma verdadeira revolução, sob pena de destruirmos as futuras gerações. Atualmente, a despeito de uma renovada preocupação de salvação do ensino, temos em  execução apenas paliativos que não curam o verdadeiro problema. As boas sementes geram bons frutos. 

O viés é demais evidente. A má formação de professores gera maus mestres, porque desprovidos de conhecimento. Como ensinar o que nunca aprenderam? A apatia os torna desinteressados pelo exercício precioso de transmitir instrução adequada e suficiente.

A menor inspeção vai flagrar que os currículos nas escolas públicas são pessimamente cumpridos, e, portanto, nunca formarão profissionais capazes de redirecionar o tumultuado e disperso mundo dos formandos brasileiros.

Nesse passo, milhares de jovens continuarão saindo dos bancos escolares sabendo abaixo do ridículo nível de instrução que, na maioria dos centros educacionais lhes é, até agora, oferecido.

Esta verdade sobreponhe-se a qualquer estatística.