Editorial: Política e gestão
17/08/2019 17:46
Uma linha tênue separa a política da gestão pública. É que os dois parâmetros caminham como linhas paralelas e quando se misturam sobram problemas e, via de regra, as soluções escoam pelo ralo... O político ao assumir um cargo executivo vê-se a braços com o difícil problema de conviver com o exercício de sua gestão e os óbices que a convivência política impõe.
Exercer a administração para a qual foi eleito com o apoio de partidos e atender a cobrança de benesses dos seus apoiadores é o mesmo que andar sobre o fio de uma navalha. É uma missão muito difícil.
Conviver com as atuais dificuldades financeiras para atender as obrigações primarias de manter a máquina funcionando e tentar atender à sanha ambiciosa de aliados da campanha é o mesmo que andar de salto alto em um piso lustroso e sujo de maionese...
Recursos para pagar a folha de pagamento dos funcionários e municiar as necessidades das áreas da Saúde, Educação, Saúde e afins é um pesadelo interminável que a máquina pública exige 24 horas por dia, todos os dias.
O governador Belivaldo Chagas e o Prefeito Edvaldo Nogueira precisam priorizar ações e isso só se consegue com prudência e competência. A aplicação de recursos para realizações no setor público é engessada por leis e normas que estabelecem freios para impedir transferências de rubricas. Ademais, as previsões de provimentos de recursos federais - dos quais Sergipe depende para sua sobrevivência - são instáveis.
Acresça-se a tais gargalos os pulgões e sanguessugas dos aliados, sempre insaciáveis. Todos querem sofregamente fatias do poder de forma cada vez mais ambiciosa.
A realidade dos gestores é sempre vista pela opinião pública sob facetas que passam ao largo de circunstâncias que sobrecarregam o fardo que lhes pesa sobre as costas... o que o povo quer são boas estradas, excelentes vias urbanas, saúde, educação, segurança, saneamento, etc. Só assim os gestores podem justificar o que é considerado por todos como um bônus. Fora disso, e até por isso, murmuram contrariedades, gritam por deficiências pontuais e protestam por desejo de melhorias.
Sequer avaliam quanto ônus representa gerir a coisa pública, sob vigilantes limites de responsabilidade fiscal e ainda atender à convivência política com aliados.
É sufoco.
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