EDITORIAL: Efeito Dominó

21/09/2019 22:53


EDITORIAL: Efeito Dominó

Tentando sufocar de peito erguido a amargura da despedida anunciada da PETROBRAS, temos de destacar, como consolação otimista, que a descoberta dos imensuráveis depósitos de gás trará para Sergipe horizontes ufanosos de prosperidade. 

Por um sentimento de amortização de mais esse impacto em nossa combalida economia podemos lembrar o tradicional jargão de que foi o Petróleo que estabeleceu um divisor de águas em nossa história, “antes e depois dele”.

Sergipe ao final dos anos 70 conseguiu sair do marasmo de ser também economicamente pequenino em comparação com os demais Estados brasileiros. A conquista do governador Lourival Baptista (1967/71) que conseguiu trazer a sede da RPNE da PETROBRAS para Aracaju, teve seu grande trunfo em base sólida: a retumbante descoberta e produção  dos Campos petrolíferos de Carmopolis. 

A partir de então Sergipe começou a se sobressair e viver os “áureos tempos do ouro negro”, quando realmente a sigla “O petróleo é nosso” teve significado consciente e razão de ser. 

A realidade da noticia do fechamento da Petrobras em nosso Estado é mais um choque brutal para os sergipanos que, ainda mal saídos do estágio de hibernação (hibernação, ora vejam!) da Fafen - Fábrica de Produção de amônia - com o rescaldo da perda de centenas de empregos e de impostos para a receita agonizante dos cofres públicos, agora se veem diante de mais uma punhalada mortal. 

Mesmo com respeitosos aplausos à reação frontal pela saída da Petrobras de Sergipe, temos de reconhecer que os protestos dos trabalhadores, dos sindicatos e também de organismos oficiais, certamente não passarão de gemidos, doloridos de ouvir, mas que não abalam ouvidos moucos de interesses mais altos.

Estamos de mãos atadas. Perdidos no olho do furacão do efeito dominó. Dizer palavras que consolam não resolve nada... 

O nutriente alvo da amônia simplesmente já foi absorvido, devorado. Agora o óleo negro, e dirão, mas aí vem o gás liquefeito...

Desse, só dá para sentir o cheiro, ele se esgarça por sua própria natureza... Vai embora antes mesmo de  chegar.

Demora pouco, sem pessimismo, e as reservas minerais de Sergipe serão sugadas por dutos...

Ala jacta est.

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