Editorial: labirinto

06/12/2019 22:45


Editorial: labirinto

A simples referencia à palavra labirinto remete a imaginação para a Mitologia grega. A ideia generalizada é de uma intrincada construção de corredores sem fim, interligados de forma obscura que não permitia a quem nele adentrava, conseguir sair. 

Um dos mais famosos labirintos é o construído na ilha de Creta, pelo rei Minos, para aprisionar o Minotauro, um ser diabólico metade homem com patas e cabeça de touro. 

Na verdade, ao final de contas, com uma boa ajuda, sempre há a possibilidade de se safar de um labirinto. 

A Teseu, jovem ateniense que resolveu entrar no labirinto e matar o monstro, bastou a ajuda discreta de Ariadne, que lhe entregou um novelo de linha que ele foi desenrolando à medida que andava pelos corredores, evitando retornar por qualquer deles, devidamente sinalizado pela providencial linha. 

Assim, após enfrentar e matar o monstro, em luta sangrenta, Teseu conseguiu liberar seu povo do pagamento anual de uma oferenda exigida pelo Rei Minos: o envio de 7 casais de jovens atenienses para regalo do Minotauro.

Mal ou bem comparando, há uma semelhança com a situação atual do governador Belivaldo Chagas. Alguns exemplos do intrincado labirinto em que ele se encontra. Um garrote cada mais apertado no setor de finanças com tudo que isso acarreta: mal podendo honrar a folha dos servidores, a inflação impiedosa os leva a bradar por aumentos salariais; e daí vêm as paralizações, greves e todas as consequências que o quadro eletriza. 

Pagar 13º salario com garantia a empréstimo bancário é reeditar medida esdruxula do governo anterior; dividir pagamento de quem ganha mais de 3 mil em duas parcelas (desde não sejam “abonados”  do “duodécimo”, claro!). Assim também procedia o governo anterior (que foi péssimo). 

Interdição da Ponte de Pirambu, pontuais atrasos até no pagamento de pensões alimentícias já descontadas em folha; ação de utilização irregular de ações na campanha anterior, quando era governador, portanto, ordenador de despesa, fazer o quê?

Declarações oficiais e públicas, como o da Receita Estadual diante da Assembleia com argumentações matemáticas da oposição, mostrando que a receita subiu e... aonde está o dinheiro? 

Querelas e fruticagens da política, principalmente, dos aliados que têm goela maior do que boca de vulcão. E as reservas de gás, e a descentralização da sede RPNE para outro Estado e haja corredores e mais corredores nesse labirinto onde o Minotauro demonstra se encontrar cada vez mais forte e sanguinolento. 

E o Poder Legislativo, que tem de cuidar das Leis, resolve produzir um roteiro de gestão para apoio executivo. Caso fosse outro o presidente da Assembleia teria  um aspecto de atestado de incompetência. Inabilidade, talvez, mas afronta foi.

Nesse emaranhado de dificuldades, ao que tudo fez crer, na ultima semana, é que a vice-governadora Eliane Aquino não será a sua Ariadne, a ajuda-lo com o salvador novelo de linha. 

Muita calma nessa hora...

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