Opinião Radar - Laranja Podre

14/12/2020 12:28


Opinião Radar - Laranja Podre

Laranja podre

A pouco mais de uma semana para a diplomação dos eleitos prefeito, vice-prefeita e vereadores de Aracaju, eis que a notícia da suspensão da diplomação de dois vereadores sacudiu os bastidores da política na capital sergipana. Muito embora sendo uma decisão de primeira instância e (por isso) que cabe recurso, a negativa dos diplomas aos dois eleitos por si só já os tornam “peixinhos” fora d’água, literalmente.

Os vereadores Fábio Meireles e Sávio de Vardo da Lotérica, ambos do PSC, caso consigam, liminarmente, ser diplomados, certamente levarão para casa um documento rasurado pela sentença já proferida e que, sem dúvida, ainda não serão expostos orgulhosamente, até o juízo final.

Irregularidades à parte e sem entrar no mérito, o que está exposto, na verdade, é a fragilidade dessa Lei Eleitoral tão inócua quão inoportuna, pois ao exigir a obrigatoriedade de 30% de mulheres nas chapas proporcionais fere, frontalmente, a liberdade de decisão do gênero, e, mais que isso, expõe algumas poucas a tal vexame, pois ao entrar apenas para fazer número e dar legalidade à chapa, acabam por se tornar “laranjas” por demais amargas e intragáveis.

Ora, se as eleições são consideradas uma “festa democrática”, como se admitir candidaturas impostas, goela abaixo, às vezes até mesmo sem a aquiescência da “candidata” que aceita tal condição apenas e tão somente para não contrariar o amigo, o marido, o chefe político ou seja lá quem for? É isso que se chama de democracia? É claro que não.

Desde que a regra foi implantada que casos e mais casos “alaranjados” são descobertos e investigados pelo país afora. Tudo isso por uma razão muito simples: essa tal cota de mulheres nada mais é que a porta de entrada da corrupção eleitoral, do jeitinho brasileiro, da má e desordenada distribuição dos recursos do fundo eleitoral e por aí vai. Todos sabem disso! São várias as reclamações de candidatos (homens ou mulheres) sobre a prática do “um pra mim, um pra tu e outro pra mim”. E, não raro, às vezes não tem nem um pra tu.

Infelizmente, esta é a realidade brasileira. Enquanto convivermos com uma Lei Eleitoral que muda de dois em dois anos apenas para beneficiar quem está de plantão no Poder, nunca seremos uma república, de fato. De direito, assim, não vale a pena!

 

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