coluna Radar 28 de novembro de 2020

27/11/2020 18:55

Por César Cabral


coluna Radar 28 de novembro de 2020

Não é bem assim

Há muita controvérsia nas histórias contadas pela comunidade acadêmica da Universidade Federal de Sergipe sobre o processo eleitoral e a reitora nomeada “pro tempore”, pelo ministro da Educação. Enquanto setores ligados ao grupo que comanda a instituição há cerca de 20 anos condena a tal Portaria Ministerial, a oposição apresenta alguns contrapontos, dignos de nota. A começar pelo atrelamento dos gestores a um determinado partido político e, por conseguinte, a extensão de um puxadinho da agremiação. Dizem, os opositores, que a eleição para reitor ocorreu de forma viciada, manipulada para que os integrantes da lista tríplice fossem do mesmo agrupamento que está, por duas décadas, aquartelado na UFS. Alegam que a truculência ocorreu de forma escancarada sem que em nenhum momento houvesse respeito aos princípios democráticos para uma escolha livre e soberana, pela comunidade acadêmica.

Não é bem assim 2

Ainda de acordo com a oposição, os organizadores do pleito se valeram do momento da “pandemia” para, entremuros, tapar os ouvidos para a comunidade acadêmica (professores, alunos e servidores) e ouvir somente o Conselho da UFS, composto em quase sua totalidade por pessoas pertencentes ao grupo que comanda a instituição, há anos. Em suma, não existe nenhuma anormalidade nem agressão aos princípios democráticos a nomeação “pro tempore”, cujo expediente já foi, por diversas vezes, utilizado nesta e em outras instituições de ensino pelo país afora. Trata-se de um instrumento legal para pôr ordem na Casa. 

Não é bem assim 3

Na verdade, o que não se pode negar, é que a eleição para reitor da UFS foi, desde o princípio, contestada por setores da instituição que, de forma insistente, chamavam a atenção da sociedade para a maneira como o pleito estava sendo conduzido. A “tragédia anunciada” deu no que deu: uma instituição dividida por conta de uma eleição cheia de dúvidas e não tão transparente quanto devia, o que é, aliás, muito ruim para um órgão que tem por finalidade educar e transmitir conhecimento científico para os seus alunos. 

Volta por cima

O ex-prefeito de Maruim, Gilberto Maynard (PT), volta à prefeitura local de forma triunfante. Depois de perder fragorosamente uma reeleição, ele recuperou o cargo derrotando Souza da Saúde (MDB), candidato apoiado pelo atual prefeito, Jeferson Santana (MDB), por uma diferença de apenas 245 votos. Dono de uma fábrica de pipoca, em Santo Amaro, Gilberto mal festejou a vitória e já enfrenta uma batalha contra a sua vice-prefeita, que quer pra si a maioria dos cargos municipais. Como Gilberto não é de “dar pipoca à banguelo”, a coisa tá feia.

Além da queda...

Logo após a derrota na eleição municipal, o prefeito de Maruim, Jeferson Santana (MDB) teve as suas contas referentes ao ano de 2017 rejeitadas pelo Tribunal de Contas, em julgamento recente. Como se diz, não há nada que esteja ruim que não possa piorar. 

Mau exemplo

Não obstante ter sido um craque do futebol mundial, Diego Maradona está longe de servir de exemplo para os jovens. O seu envolvimento com as drogas ofuscou o brilho das magnificas jogadas nos gramados. Flagrado, inclusive, num jogo de Copa do Mundo, deixa em dúvida se tudo o que fez foi de forma natural ou sob efeito dessas substâncias alucinógenas. Daí, fica muito complicado e sem nenhum sentido fazer qualquer comparação com Pelé, Zico & Cia que, na verdade, foram atletas, por excelência. Quanto à sua idolatria pelos ditadores Fidel Castro, Hugo Chávez, Maduro e outras “drogas”, aí já são outros quinhentos, a menos.

Herança disputada

Ao que tudo indica, a atual legislatura da Câmara de Aracaju vai acabar, mas, a briga pela vaga do vereador Jason Neto (PDT), morto em setembro último, vai continuar por muito tempo. O caso começou antes mesmo do enterro do falecido. A interpretação a quem caberia substituí-lo passou a ser discutida, à boca miúda, em meio às orações. O Sargento Vieira que foi candidato em 2016, pelo PDT, mas que, como suplente, trocou de partido (hoje Cidadania), foi empossado, mas, logo em seguida, foi destituído do cargo, por uma decisão monocrática, decorrente de um recurso do PDT. 

Herança disputada 2

No decorrer desta semana, o TRE decidiu que o Sargento Vieira é quem deve tomar posse, fato que deve ocorrer na próxima segunda-feira. Todavia, entretanto, contudo e não obstante, eis que o PDT anuncia que vai recorrer da decisão do Tribunal Regional Eleitoral, cujo recurso já está sendo preparado para ser enviado ao TSE. Como o mandato está prestes a terminar, trata-se, pois, de uma disputa inútil, inócua e muito desgastante por um inventário que já não vale quase nada. Só mesmo falta do que fazer!

Olho no lance!

O prefeito eleito de Laranjeiras, Juca de Bala (MDB) está de olho nos últimos dias da administração do prefeito Paulão das Varzinhas, por conta do pagamento das folhas de novembro, dezembro e décimo terceiro salário. Na transição, a nova gestão já deixou claro que o pagamento dos servidores é a prioridade, neste momento. O repasse dos descontos dos empréstimos consignados também é outro assunto preocupante. Minha Nossa Senhora!

Lucros e perdas

Depois da campanha eleitoral para prefeito de Aracaju, o deputado Rodrigo Valadares (PTB) enfrentou uma onda de acusações por parte de candidatos a vereador de N. S. do Socorro, pelo PSL, partido que estava sob o seu comando. Enquanto administra essa encrenca, corre nos quatro cantos que o mesmo está perdendo o comando do partido para o ex-deputado federal André Moura. 

Rainha da Inglaterra

Quem também começa a perder (um pouco) o comando do seu partido é o deputado federal Fábio Henrique (PDT-SE). Após ele e o irmão, Adilson Júnior, terem perdido as eleições em Socorro e São Cristóvão, o PDT não terá nenhum vereador, em Aracaju, sob a sua tutela. Os três eleitos estão ligados ao prefeito Edvaldo Nogueira que, pelas beiradas, ocupa muito mais espaço no partido trabalhista.

Viva nós!

Durante as comemorações da Emancipação Política do município de Itabi (25/11), o prefeito Mané do Povo, estava todo prosa ao lado da primeira dama, vereadores, secretários e do prefeito eleito Júnior de Amintas, que estava acompanhado do seu vice, Genisson de Zélia. No final do seu discurso, Mané do Povo, aliado (?) de Rubens Feitosa, encerrou a sua fala com aqueles “vivas” tradicionalmente manjadas. “Viva, Itabi! Viva o seu aniversário! Viva o nosso povo! Viva a nossa vitória!” Vivo, esse Mané!

Quebra-cabeça

A partir desta segunda-feira, 30/11, Belivaldo Chagas começa a montar o “quebra-cabeça” da sucessão estadual. Não há a menor dúvida de que ele ficará no Governo até o final do mandato e, assim, comandará o processo sucessório de 2022. A eleição ainda está distante, é verdade. Mas, as peças fundamentais precisam se encaixar imediatamente, mesmo que de forma discreta. Exonerações, nomeações e algumas articulações darão os sinais de como o governador vai conduzir o projeto. Tudo será do seu jeito, ao seu modo. Essa é a única certeza que se tem, além, claro, dos três nomes da sua preferência, que estão guardados no bolso interno do seu paletó.

Voz solitária

Quase 24 horas após o anúncio oficial da morte de João Alves Filho, o radialista Tony Xocolate cobrou, pelas redes sociais, manifestações das entidades sindicais Sterts e Sindjor (sindicato dos jornalistas) sobre aquele que, além de político e estadista, foi destacado empresário no ramo das comunicações, em Sergipe. Sob a sua batuta funcionaram, simultaneamente, duas emissoras de rádio AM (Jornal Aracaju e Imperatriz em Tobias Barreto), três FMs (Aracaju, Propriá e Estância), uma emissora de televisão (TV Jornal, canal 13) e um jornal impresso (Jornal da Manhã, sucedido pelo Correio de Sergipe). O silêncio das entidades foi ensurdecedor para o conhecido “Xocó”, que colocou a boca no trombone.

Para sua meditação

Em meio à efervescência das homenagens que estão sendo prestadas a João Alves Filho, nota-se que pessoas que outrora foram opositoras e, naturalmente, lhe fizeram duras críticas, hoje reconhecem o seu valor. Percebe-se, também, que já tem “papa-defunto” criticando suas últimas administrações como governador (2003-2006) e prefeito de Aracaju (2013-2016). Não custa lembrar que, no primeiro caso, João foi perseguido vorazmente pelo então presidente da república, Lula, que jurou, certa feita, que iria “f...” com o negão. E quase consegue! Basta lembrar do “sacrifício” para construir a ponte Construtor João Alves, seu grande projeto daquele Governo. No segundo caso, não há como negar que João administrou Aracaju já atingido pela doença que o levou à morte. O resultado, todos sabem. Não custa meditar, um pouco, sobre essas distintas situações!

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