Governo cria bancos de sementes em perímetro irrigado para multiplicar palma forrageira no Alto Sertão

17/05/2021 11:01

Produtores beneficiados devolvem primeiras raquetes colhidas, para que mais produtores utilizem como semente


Governo cria bancos de sementes em perímetro irrigado para multiplicar palma forrageira no Alto Sertão

Própria do clima Semiárido, a palma forrageira é, por natureza, uma espécie que sobrevive a longos períodos de seca e chuva escassa. Ao mesmo tempo que serve de alimento para o gado, ela contribui, principalmente na região Nordeste, com a produção de leite e carne. Para auxiliar os pequenos criadores na alimentação dos seus rebanhos, o Governo do Estado, através da Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro), contribuiu para a criação de mais dois bancos de sementes da palma forrageira do Projeto Sergipe de Combate à Desertificação no Perímetro Irrigado Califórnia, em Canindé de São Francisco, Alto Sertão Sergipano. Mesmo resistente à escassez de água, é na irrigação que a palma cresce acelerada, chegando precocemente ao ponto de corte das novas sementes.

Através do projeto, mais de três mil famílias estão sendo beneficiadas com a entrega de sementes da palma forrageira, da variedade Orelha de Elefante Gigante, e mudas de gliricídia. Entre eles, há cinco pequenos criadores de gado de leite irrigantes do Perímetro Irrigado Jabiberi, em Tobias Barreto, que assim como o Califórnia, é administrado pela Cohidro. O Projeto Sergipe de Combate à Desertificação é fruto da parceria entre o Governo de Sergipe, Ministério do Meio Ambiente (MMA) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD); com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). A execução fica por conta da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), tendo na ponta a expertise técnica das suas subsidiárias, Cohidro e Emdagro [Empresa de Desenvolvimento Agropecuário de Sergipe].

Nos dois perímetros irrigados, além das sementes, as famílias também receberam os insumos necessários para iniciar a produção, como kits de irrigação. A irrigação ajuda no crescimento vegetativo acelerado da palma e geram, em menor tempo, as ‘raquetes’ de palma, que já podem ser picadas e oferecidas como alimento às criações, mas também servem de semente para gerar uma nova planta. O irrigante do Califórnia, Antônio da Silva, beneficiário do projeto com o campo de palmas, aponta que há uma perspectiva de colheita já para os próximos meses. “O governo forneceu adubo, já plantamos e, por enquanto, estamos aguando com o sistema da irrigação de aspersor, mas a Cohidro forneceu o sistema de bico, só falta a gente instalar. A perspectiva é a gente colher, e depois entregar os primeiros cortes. Colher tudo certinho”, confia seu Antônio.

Nesses campos, que são bancos de sementes, após as plantas atingirem o tamanho de colheita, cada produtor irá repassar parte da produção para outros criadores, multiplicando o alcance do projeto e a disseminação mais rápida da variedade para os outros produtores. A gerente do perímetro Califórnia, Eliane Moraes, conta que houve uma parceria entre a empresa e os produtores. “Firmamos com eles o compromisso de que, nos dois primeiros cortes, serão entregues 80% da produção ao Governo do Estado e, a partir do terceiro corte, a produção será 100% dos produtores. Por ser uma produção rápida, a palma irrigada já pode ter o primeiro corte com apenas seis meses”, explica a gerente.

Ascom Cohidro

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