Uma das grandes referências da música sergipana, a pianista Maria Olívia Silveira nasceu em Aracaju, no dia 13 de julho de 1932. Filha de Crispim Henrique Silveira e D. Laudelina Costa Silveira, morou, inicialmente, na rua de Arauá e depois mudou-se para o Bairro Santo Antônio, onde vive até hoje.

Fez o curso primário no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, tradicional estabelecimento de ensino mantido por irmãs religiosas e que funcionou, durante muitos anos, na rua José do Prado Franco, centro comercial de Aracaju. O curso ginasial ela fez no Colégio Atheneu Sergipense e no Instituto de Educação Ruy Barbosa, antiga Escola Normal.

Sempre vocacionada para a música, ainda criança, recebeu as primeiras aulas de piano da professora Helena Menezes. Em seguida, passou a estudar no Conservatório de Música de Sergipe, sendo aluna das professoras Geralda de Abreu (Gegêta) Bernadete Andrade e Cândida Viana (Candoca). Também foi aluna do professor e maestro Genário Plech, um grande incentivador da sua carreira.

Maria Olívia sempre quis ir mais além. Aprofundar os seus conhecimentos musicais sempre foi o seu objetivo. Por isso, resolveu estudar na Bahia, onde fez o Curso Superior de Música, na Universidade Católica de Salvador, cuja Diretora era a querida e saudosa Irmã Dulce, de quem guarda boas e eternas recordações. Quinzenalmente, ela viajava para a capital baiana, juntamente com Paulo César Prado Andrade, amigo e colega de curso na mesma instituição de ensino. A “duras penas” conseguiu o diploma superior de Música.

A partir dos 18 anos de idade, começou a fazer algumas apresentações em público, principalmente em festas de familiares e, depois, em aniversários, casamentos e batizados. Com o tempo, foi sendo cada vez mais requisitada, tornando-se mais conhecida e aplaudida pelos amantes da boa música.

Foi pianista do Iate Clube de Aracaju, Associação Atlética de Sergipe, Sorveteria Iara, Restaurante do Hotel Palace de Aracaju e, com orgulho, foi, também, pianista do Palácio Olímpio Campos durante os Governos de Augusto Franco, João Alves Filho, Antônio Carlos Valadares e Albano Franco. Com o seu piano, abrilhantava algumas solenidades, recepções e coquetéis realizados na sede do Governo de Sergipe.

Ainda na década de 60, montou seu próprio conjunto. “Maria Olívia e os Ases da Música”, formado por ela (piano), José do Patrocínio (violão e sax), Luiz Carlos (piston), Maurício (sopro) e Tuquinha (baterista). Durante décadas fez muito sucesso tocando e clubes e acontecimentos sociais. Apesar da sua formação erudita, Maria Olívia sempre valorizou a Música Popular Brasileira, escolhendo “à dedo” o repertório do seu grupo. 

Acompanhou os grandes nomes da música sergipana, entre os quais Luiz Ouro (Lourão) e Lucinha Fontes e participou dos principais programas da televisão sergipana. No rádio, teve várias participações com o radialista Jairo Alves, na Rádio Cultura.

Gravou um CD e um LP com 12 músicas de sua autoria, cantadas pelo sergipano Agildo Alves, o Gravatinha, cuja gravação foi realizada no Rio de Janeiro, com o maestro Ely Arcoverde. Nossa Canção, Mágoas de Um Carnaval, Milagre do Amor, Ausência (sua primeira composição), Sinal Vermelho, Partida, Canto de Inhansã, Miragem, Problema Seu. Saudação, Voltei Pra Ficar e Sempre Portela. O disco foi um sucesso artístico e um fracasso de vendas. Encalhado nas lojas, Maria Olívia recolheu quase toda a edição e resolveu presentear seus admiradores, dando-os autografados àqueles que assistiam suas apresentações.

A professora e pianista Maria Olívia reside em Aracaju, na Praça Siqueira de Menezes, 31, no alto da Colina de Santo Antônio, com toda cidade “a seus pés”. Aos 86 anos, continua dando aulas de piano e teclado, em sua residência. 

“A música é a medicina da alma” – Maria Olivia