Por onde anda você: Medeiros

03/08/2019 19:08


Por onde anda você: Medeiros

Eduardo Medeiros da Silva, MEDEIROS, nasceu no dia 12 de junho de 1932, em Palmeira dos Índios-Al.  Filho do mestre de obras José Luiz da Silva e Dona Anatólia de Araújo Medeiros, casou-se em novembro de 1959 com D. Edna Cordeiro Dias (falecida em 03/03/19) com quem teve 7 filhos e 11 netos.

Medeiros começou os estudos em Palmeira dos Índios, no Grupo Escolar Almeida Cavalcante, com a professora Dona Colar, onde fez o infantil. Mudou-se com a família para Contendas, na Chapada Diamantina, no Estado da Bahia, uma vez que o seu pai foi trabalhar na construção da ferrovia, naquela região. Lá, deu sequência aos estudos, sendo aluno da professora Josefina.

Indo morar em Salvador, concluiu o curso primário no Colégio Monteiro Lobato. Bom aluno, sempre obtendo notas de destaque em todas matérias, foi contemplado com uma bolsa de estudo, por ter conquistado o primeiro lugar da sua turma. 

Medeiros e Sua Orquestra

Como precisava ajudar a família, aos 15 anos foi trabalhar, em Salvador, como cobrador de lotação, atuando na linha Edifício Lacerda/Liberdade. Sua mãe foi até a Direção da Rede Ferroviária Leste Brasileiro, na capital baiana, e conseguiu emprego para ele, como telegrafista, atividade que aprendeu em Contendas, por curiosidade, junto ao pessoal da Leste. Para conseguir o emprego, sua mãe aumentou a sua idade, mediante nova Certidão de Nascimento. De 1951 a 1957, trabalhou como telegrafista da RFFLB, na Estação de Piripiri, em Salvador.

Durante dois anos (1958/59) trabalhou em Boquim, Sergipe. Em novembro de 1959, casou-se com D. Edna e foi trabalhar em Aracaju. Morou na Av Maranhão, próximo à Estação da Leste. Foi, então, que conheceu Hilton Lopes, baterista e cantor de cabaré, seu colega ferroviário.

A vocação para a música surgiu ainda garoto, em Palmeira dos Índios. Lembra que ia para a procissão com a sua mãe e, sempre que podia, dava uma “escapulida” para ficar junto da Banda de Música, que sempre puxava o cortejo. Admirava os músicos, principalmente aqueles que tocavam instrumentos de sopro. Notando essa tendência, sua mãe comprou, na feira, uma flauta de bambu e lhe deu de presente. Não deu outra: ao chegar em casa, o menino Medeiros conseguiu tocar a famosa “Asa Branca”, de Luiz Gonzaga. 

Aprendeu a tocar clarinete com um colega telegrafista, ainda em Salvador. No bairro qem que morava tinha um serviço de som que tocava muitas valsas de Abel Ferreira, Luiz Americano, Domingos Peccy e outros. Daí,a paixão pelo clarinete. Estudou música na Escola dos Ferroviários e a convite do seu professor e maestro, participou da orquestra que puxava os blocos carnavalescos no percurso Piripiri/Almeida Brandão (Plataforma).

Morando em Aracaju, trabalhando na Rede Ferroviária e amigo de Hilton Lopes não demorou para enveredar pelo caminho da música na capital sergipana. Em Salvador, já se destacava como bom instrumentista, tendo participado de várias apresentações no rádio baiano. Na Rádio Sociedade, tocou ao lado de músicos famosos no Programa comandado pelo locutor Osvaldo Fahel, também cantor que gravou vários sucessos. 

Através do amigo Hilton Lopes, fez história como músico das noites aracajuanas. Lembra que há poucos dias de casado, o Hilton foi até a sua casa, à noite, lhe pedir para tocar na Boite Xangai, um dos melhores cabarés da cidade, uma vez que um músico não poderia trabalhar, naquela noite. Foi a primeira de umas incontáveis apresentações de Medeiros. Tocou na Xangai, Miramar e Shell. Depois, formou um grupo e abrilhantou, por muito tempo as festas do Paulistano. Certa vez, Madureira, diretor do Vasco, vendo-o tocar acabou por leva-lo para o Vasco, que na época tinha a sede na Rua Laranjeiras. 

Do Vasco, foi para o Iate Clube de Aracaju, levado pelo Comodoro Costa Pinto que ouviu o apelo dos seus filhos, frequentadores também das matinés do Vasco. No Iate, foi exclusivo durante o Jantar Dançante, que acontecia aos sábados. Tempos depois, retornou para o Vasco nas administrações dos presidentes Madureira, Wilson Queiroz e Alceuá Gonçalves.

Durante os carnavais, na década de 70, a Orquestra de Medeiros era requisitadíssima e disputada pelos principais clubes da capital sergipana. Ele lembra que houve um ano quem montou três orquestras carnavalescas que, sob a sua batuta, animaram, simultaneamente, os carnavais do Iate, Vasco e Associação Atlética.

Da esquerda para a direita Irandi Santos, Medeiros, Cabo Zé e Wilson Queiroz“Medeiros e o Seu Conjunto” e Medeiros e Os Seu Big Boys” foram grupos musicais que marcaram época, em Sergipe. Tocavam em Bailes de fim de ano, formatura, 15 anos, enfim, festa com Medeiros era sucesso, sempre. Fez excursões por várias cidades nordestinas, principalmente nos estados de Alagoas, Pernambuco e Bahia. Com o Trio Nordestino, fez, anos seguidos, o Forró do Velho Zuza, em Valente, na Bahia.

Com Edidelson Andrade, o sucesso era tão grande que em duas ocasiões, em Propriá e Arapiraca, teve que fazer duas apresentações, no cinema, na mesma noite. Na época, participava de uma programa na Rádio Liberdade, comandado por Fernando Souza.

Viúvo, mora no “Condomínio Residencial Medeiros, no Robalo, em Aracaju, ao lado dos filhos que também têm casas no local.

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