Por Onde Anda Você: Pedro Firmino

14/09/2019 11:50


Por Onde Anda Você: Pedro Firmino

Pedro Firmino de Andrade nasceu em Itabaiana, no dia 27 de abril de 1944. Filho de Firmino José de Andrade e D. Maria Francisco dos Santos que, juntos, constituíram uma família composta por 16 filhos. O pai era agricultor e feirante e a mãe, dona de casa. Pedro Firmino casou-se com D. Maria Francisca de Andrade no dia 15 de maio de 1967 e têm 4 filhos (Angélica, Aislane, Adriana e Pedrinho) e 6 netos.

Foto do seu casamento com D. Maria Francisca
A infância de Pedro Firmino foi no povoado Lagoa Seca, município de Itabaiana (hoje pertencente ao município de Moita Bonita), onde aprendeu as primeiras lições com o professor Vicente de ngela, tendo cursado apenas o primário incompleto. Lembra que desde cedo começou a trabalhar. Ainda criança, dividia o seu tempo entre a escola e a plantação de mandioca, do seu pai. A partir dos 8 anos, antes de ir para a escola, limpava quatro carreiras de mandioca, pela manhã, e à tarde cumpria outra tarefa igual.


Orgulha-se de ter trabalhado desde cedo e relata que, desde então e até hoje, nunca teve direito a férias. Durante o recesso escolar, ajudava o pai na lide diária e viajava com ele para as feiras de Carira, Ribeirópolis, Nossa Senhora das Dores e até Paulo Afonso (Ba).


Seu pai, seu Firmino, vendia sapato, charque e bacalhau. E Pedro, ainda adolescente, aprendeu rápido a arte de comercializar a conquistar fregueses. Recorda que, certa vez, em N.S. das Dores, um freguês foi comprar um sapato e experimentou um de número 41, que ficou justo no seu pé. Todavia, para “levar vantagem”, acabou comprando um similar de número 44 somente porque era maior... (rss)


Ao completar 16 anos, passou a ser feirante, por conta própria. Começou a comercializar macaxeira, inhame e batata, por atacado. Comprava dos produtores e trazia para distribuir com os comerciantes do mercado de Aracaju. Na primeira viagem para a capital sergipana, deu um vacilo e teve quase toda mercadoria roubada, durante a madrugada. O prejuízo lhe encorajou a trabalhar mais e mais. Andou pelas feiras de N.S. das Dores, Carira, Malhador, Ribeirópolis, Itabaiana, Paulo Afonso e Salvador. Trabalhava duro e era comum dormir embaixo das marquises dos mercados, sob o frio e a chuva. Tempos difíceis, relembra.

Vereador Pedro Firmino acompanhando a expansão da rede elétrica no Lamarão
Em Aracaju, após três anos como feirante, comprou uma grade (estrado) no Mercado Central e passou a vender cereais. Depois, trocou esse espaço comercial e uma casa que tinha na rua Silvio Romero, no bairro Santo Antônio, por um Bumba (fábrica de bebidas). Passou, então, a fabricar vinhos de Jurubeba, Jenipapo, Uva, Caju e também a famosa cachaça. Produzia a Zinebra e Gimbril. Ambas tinham a mesma fórmula, mas o rótulo e o preço eram diferentes. A Zinebra era vendida por muito menos da metade do preço. O “marketing” garantia o preço diferenciado da Gimbril.


Novos tempos difíceis vieram com a administração desse “Bumbo”. Pela noite, andava à pé pelos bairros de Aracaju, tentando vender os seus produtos (vinhos e cachaça). No dia seguinte, ele mesmo iria fazer a entrega, no lombo de um jumento. Vez por outra o “Queima” da prefeitura prendia o seu animal de carga e o aborrecimento era inevitável, assim como o prejuízo, com o atraso da entrega da mercadoria.


Anos mais tarde, montou uma Mercearia na rua Japaratuba, no bairro Santo Antônio, e mais adiante transformou num pequeno supermercado. Orgulha-se de ter sido o terceiro empreendedor a montar esse tipo de negócio. Até então, somente Paes Mendonça e Gentil Barbosa tinham estabelecimentos assim. O Supermercado Baixo Preço Ltda., de sua propriedade, chegou a ter três lojas. Uma em Aracaju e outras em Malhador e Ribeirópolis.

Como vereador, na Feirinha da Comunidade
Ingressou na política em 1978/79, acompanhando o então governador Augusto Franco. Candidatou-se e foi eleito vereador de Aracaju em 1982, tendo sido reeleito 1988, 1992 e 1996. Em 1990, foi candidato a deputado estadual e ficou como primeiro suplente. Assumiu uma cadeira na Assembleia Legislativa na vaga de Zé Franco que se elegeu prefeito de N.S. do Socorro.


Como vereador foi bastante atuante em defesa dos mais carentes. Autor de várias indicações de melhoramentos para os bairros da periferia. Lutou pela implantação da rede elétrica no Lamarão e é autor da Lei de Isenção do IPTU para quem ganha até um salário mínimo. Foram dele vários projetos criando as feiras livres em Aracaju, que passaram de 4 para as atuais 36 existentes em diversos bairros.


Continua amigo da família Franco e confessa que sempre votou em João Alves Filho, exceto em 1998 quando o “Negão” disputou o governo com Albano Franco.


Atualmente é pecuarista e reside em Aracaju, no Edifício Ville de Paris, na avenida Beira-Mar.

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