Por Onde Anda Você: Betinho Silk Screen

Por César Cabral

Humberto da Silveira Ferreira Filho, conhecido como Betinho Silk Screen, nasceu em Aracaju, no dia 22 de novembro de 1959. Filho de Humberto da Silveira Ferreira e de D. Josefa Silveira. O pai, engenheiro civil do DER-SE, foi prefeito de Estância (1954/59) e suplente de deputado estadual na eleição de 1978.

Prestes a completar 20 anos, Betinho perdeu o pai, Humberto da Silveira (52 anos),  em junho de 1979, vítima da doença de chagas. Viúva muito jovem, D. Josefa teve que se virar para criar os 8 filhos. Betinho e mais Arnaldo, Eliziário, Marcos Aurélio (falecido), Anete, Amália, Marco Antônio e Paulo Henrique (Paulinho).

Betinho viveu os seus primeiros dez anos na cidade de Estância, onde fez o  curso primário no Grupo Escolar do município. Depois, veio morar em Aracaju e deu sequência aos estudos no Educandário Imaculada Conceição e no Colégio Salesiano Nossa Senhora Auxiliadora. Recorda que, neste último estabelecimento, foi aluno da professora de português, Selene Cabral.

Humberto da Silveira, ou simplesmente Betinho Silk Screen, foi, sem dúvida, o mais talentoso e maior inovador no ramo da serigrafia em Sergipe. A sua empresa prestou inestimáveis serviços de publicidade para as mais diferentes campanhas publicitárias realizadas nas décadas de 80 e 90. Tanto na área comercial, quanto na esfera política.

Jovem, dinâmico, empreendedor e empresário de fino trato, não demorou muito para conquistar a confiança das classes política e empresarial que, reiteradamente, procuravam a sua empresa para a produção das suas peças publicitárias.

Mas, para chegar ao topo, não foi fácil. Tudo começou no fundo do quintal de uma casa localizada na rua N.S. das Dores, 501, numa parceria com o irmão Eliziário. Nessa época (1979), apenas três irmãos pintavam camisas (serigrafia) em Aracaju, no Bairro Industrial. Ginaldo, Doca e Dedé, naturais de Propriá, também, componentes do conhecido Trio Tabajara.

Nessa época, Betinho também era funcionário da extinta VASP, empresa aérea comercial de grande conceito nacional. Como promotor de vendas, cabia a ele visitar a clientela e oferecer os serviços da companhia, facilitando a emissão de passagens dos principais clientes. Bastante comunicativo, teve oportunidade de se relacionar com vários empresários, servidores públicos e políticos de Sergipe. 

Com o aumento da procura pelo seu trabalho na área de serigrafia, Betinho pediu demissão da VASP e mudou-se para um galpão localizado na avenida Desembargador Maynard. Em 1982 transferiu a sua empresa para o Distrito Industrial de Aracaju, onde expandiu os seus negócios e instalou modernos equipamentos. Nessa altura do campeonato, quase toda a sua família estava envolvida na empresa e a sua mãe e irmãos desempenhavam funções importantes. Uma empresa familiar, bem conceituada e líder absoluta de vendas no mercado.

Durante 20 anos, a empresa Betinho Silk Screen consolidou-se a tornou-se uma referência no mercado local, produzindo camisas, banners, adesivos autocolantes em plástico vinil, bandeiras, placas de obras e etc. Durante as campanhas eleitorais, atendia aos mais diferentes partidos e candidatos indistintamente. 

Foi responsável pela produção de grande parte do material publicitário das principais campanhas eleitorais por duas décadas. Lembra que produziu peças para as campanhas de João Alves Filho (!982/94), Jackson Barreto (prefeito 1985), Valadares (governador 1986) e Albano Franco (1994/98). 

Foi nessa última campanha de 1998 que a empresa Betinho Silk Screen começou a baixar as suas portas, definitivamente. Contratada para fornecer material para a campanha do então candidato Albano Franco, Betinho lembra que produziu cerca de 100 mil camisas amarelas, com o número 45 estrategicamente estampado. 

Lamentavelmente, por problemas operacionais, o Comitê de Campanha do candidato deixou de efetuar o pagamento total dos serviços, causando um prejuízo aproximado de R$ 350 mil. Corrigido, a dívida chega a mais de um milhão e meio de reais. Segundo Betinho, foi o fim de linha da empresa que marcou época em Sergipe.

Após esse revés, Betinho voltou a estudar e se formou em arquitetura, pela Universidade Tiradentes.

Casado com D. Izabel Fonseca, com quem tem três filhos (Davi, Lucas e Vanessa), mora em Aracaju, na rua Juarez Carvalho, no bairro Jardins. Atualmente, elabora projetos de arquitetura e administra uma empresa de montagem de estrutura metálica destinada a galpões, escadas e fachadas de lojas.