Artigo: Djenal Tavares Queiroz, exemplo de homem público - Por Igor Salmeron

21/09/2022 08:20


Artigo: Djenal Tavares Queiroz, exemplo de homem público - Por Igor Salmeron

Uma das figuras que mais marcaram o Estado de Sergipe pela sua íntegra e valorosa atuação se chama Djenal Tavares Queiroz. Nascido em Frei Paulo num dia 12 de maio do ano 1916, era o dedicado filho de Seu Rosalvo Queiroz e de Dona Djanira Tavares Queiroz, pais estes que souberam criá-lo nos caminhos da ética e firmeza de caráter. Desde a tenra idade aprendeu o valor da lealdade e cumprimento de promessas formalizadas. Dos primeiros passos escolares, podemos destacar a sua iniciação primária no Colégio Tobias Barreto, em Aracaju, e logo, por conseguinte no Colégio Militar do Rio de Janeiro. 

Mais precisamente ingressa na Escola Militar de Realengo (RJ) no ano de 1936, donde alcançou a respeitosa patente de Capitão em 1943. Regressa para as terras sergipanas assumindo com maestria o Comando da Polícia Militar entre os anos de 1947 e 1954. Nesse entremeio faz o curso de Aperfeiçoamento de Oficiais e se torna Major em 1951 tomado por inabalável obstinação. Entre 1954 e 1955 ocupou o cargo de Secretário de Segurança Pública de Sergipe, depois comandou o 19º Batalhão de Caçadores em 1955, sendo promovido por méritos a Tenente-Coronel no ano de 1958. 

Lança-se na política sendo o deputado estadual mais votado no ano de 1962 pela legenda do Partido Social Democrático (PSD). Djenal Queiroz atuou como Primeiro-Secretário na Assembleia Legislativa de Sergipe e foi titular das comissões de Finanças e de Redação. Atingiu o posto de General de Divisão em 1964, ademais foi Secretário da Fazenda e Obras Públicas entre 1964 e 1966. Por conta da extinção dos partidos políticos pelo Ato Institucional nº 2, em outubro de 1965, e a posterior instauração do bipartidarismo, filiou-se à Aliança Renovadora Nacional (ARENA). 

Reeleito em outubro de 1966, exerceu a vice-presidência e a presidência da Comissão de Justiça. Em outubro de 1970 conquistou seu terceiro mandato estadual, retornando às comissões de Finanças e de redação. Líder do partido e do governo na Assembleia Legislativa entre os anos de 1971 a 1979, obteve o quarto mandato em outubro de 1974. Eleito vice-governador por via indireta em maio de 1979, após a extinção do bipartidarismo filiou-se ao Partido Democrático Social (PDS), sucessor da ARENA. Em maio de 1982 assumiu o Executivo estadual sergipano depois que o então governador Augusto Franco desincompatibilizou-se para disputar uma vaga na Câmara dos Deputados.

De 1983 a 1985, durante o governo de João Alves Filho, esteve à frente da Secretaria de Habitação e Previdência Social de Sergipe donde promoveu reformas significativas no implemento de moradias para as pessoas mais desassistidas. Voltou ao Legislativo estadual eleito em outubro de 1987. Titular da Comissão de Redação, presidente da Comissão de Justiça e líder da bancada, reelegeu-se em outubro de 1991, a partir de quando se tornou também líder do governo. Em abril de 1993 ingressou no Partido Progressista Reformador (PPR), fruto da fusão do PDS com o Partido Democrata Cristão. No pleito de outubro de 1994 não conseguiu lograr êxito.

Vale ressaltar que Djenal Queiroz foi ainda Secretário de Assuntos Parlamentares no governo de Albano Franco. No mês de agosto do ano 1995 migrou para o Partido Progressista Brasileiro, originário da fusão do PPR com o Partido Progressista. Presidiu o Conselho Regional de Desportos, o Conselho de Administração do Banco do Estado de Sergipe e o Conselho de Administração da Companhia Estadual de Habitação (Cohab), donde ficou conhecido pelo altivo rigor em suas decisões administrativas.

O General Djenal Queiroz fez-se grande homem, pois tinha ardoroso espírito cívico, algo que atestou a sua retilínea conduta ao longo do tempo. Mesmo os seus adversários mais ferrenhos consentem acerca da integridade do referido. Podemos afirmar com a pesquisa empreendida que Djenal Queiroz continua sendo exemplar nos quesitos política e cidadania, ressaltando-se que independente do quadro partidário vigente era respeitado por todos. 

Na acolhedora esfera doméstica contraiu belo matrimônio com Dona Maria Agda Andrade Queiroz, cuja marcante união resultou em seus dois amados filhos: Djelmar Andrade Queiroz e Djaldo Andrade Queiroz. Ambos advogados que lhe fizeram herdar netos que também são destaque na efervescente cena cultural de Sergipe. Foi marido, pai, amigo e avô dos mais requisitados, pois se fazia presente e sua ausência continua sendo sentida até os dias hodiernos entre os sergipanos em geral. 

Conclui-se que o homem que conseguiu habilmente ser duro, firme e afetuoso ao mesmo tempo deixou insuprível lacuna em Sergipe desde o dia 20 de julho do ano 1997 quando partiu, ratificando que personalidades assim dessa rara linhagem faz falta nos tempos atuais.  

Igor Salmeron é Doutor em Sociologia pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal de Sergipe (PPGS-UFS).

 

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