Artigo: Marlene Alves Calumby, uma intelectual de peso em Sergipe - Por Igor Salmeron

04/07/2023 12:05


Artigo: Marlene Alves Calumby, uma intelectual de peso em Sergipe - Por Igor Salmeron

Para quem acompanha os meus trabalhos de pesquisa notam que focalizo bastante em mulheres que fizeram e fazem história em Sergipe. Uma dessas notáveis reside na pessoa de Marlene Alves Calumby. Nascida em Aracaju num dia 21 de outubro do ano 1950, é a filha do saudoso construtor João Alves e de Dona Maria de Lourdes Gomes. Pais que instilaram nela o espírito solidário, de tenacidade e apreço ao trabalho.

Dotada por inteligência singular, Marlene sempre foi determinada e tinha foco nos estudos. Realizou os cursos Primário e Ginasial no Colégio Jackson de Figueiredo, completando com o Curso Pedagógico que arrematou junto ao Colégio Patrocínio do São José. Se formou em Pedagogia com habilidade em Orientação Educacional pela Faculdade de Educação, da Universidade Federal de Sergipe.

Graduou-se depois em Direito pelas Faculdades Integradas Tiradentes. Prestou curso de Radialista com registro verificado no Ministério do Trabalho. Sua sede de saber é imperecível, e como observamos, realizou também Pós-Graduação em Metodologia da Informação Ocupacional pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) bem como em Educação-Concentração: Planejamento Educacional pela Faculdade São Judas Tadeu, de São Paulo.

Na parte de Gestão de Recursos Humanos também é aplicada quando foi Mestranda na Universidade de Extremadura da Espanha. Sua vastíssima cultura é algo a se ressaltar, pois são poucas em Sergipe que possuem tão destacada erudição. Fez estágio no curso de Análise e Avaliação de Testes, da Escola Técnica Federal de Sergipe e no Centro de Estudos Supletivos, em Natal, no Rio Grande do Norte.

De forma sucedânea, foi aprovada com brilhantismo no concurso público para Monitor da disciplina Didática Geral, realizado pelo Departamento de Didática da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Sergipe, logrando a 2ª colocação. Exerceu ao longo de toda sua vida inúmeros cargos públicos seja no Estado, seja na Prefeitura de Aracaju, com participação em diversos seminários, encontros, congressos, projetos e cursos de especialização em Aracaju, Brasília e outras unidades da federação, ora como coordenadora, ora na promoção de fecundos debates, tanto na seara do Direito quanto na da educação e comunicação social.

Atuou como Membro do Conselho Estadual de Educação, no qual exerceu a Presidência, a Vice-Presidência das Câmaras de Ensino Supletivo da Secretaria de Estado da Educação. Foi Orientadora Educacional da Escola Técnica Federal de Sergipe, Superintendente Geral da Fundação Aperipê de Sergipe.

No magistério sergipano Marlene se tornou referencial. Lecionou no Colégio Patrocínio do São José, no Instituto de Educação Rui Barbosa, tendo sido reconhecida como uma das melhores professoras que passaram pelo Colégio Estadual Atheneu Sergipense, donde também foi diretora proficiente.

No campo do Direito, exerceu a docência como Professora Substituta junto ao Departamento de Direito do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UFS, e também no Departamento de Direito do Centro de Ciências Sociais Aplicadas da UNIT. Mestra da Faculdade PIO X, além de ter ensinado na Rede Municipal de Educação, onde exerceu cornucópia de cargos na parte de assessoria, coordenação e direção.

Recebeu diversos prêmios dos quais: distinções, diplomas, medalhas e reconhecimento de “honra ao mérito” pelas suas ígneas contribuições, não apenas na seara educacional, como no rádio e televisão. Destaca-se a Medalha da Ordem do Mérito Parlamentar, maior honraria concedida pelo Poder Legislativo em Sergipe. Benemérita e Benfeitora de várias instituições culturais e sociais, foi do Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras.

Em 2004 se tornou Imortal da ASL ocupando a Cadeira de nº 30 que era pertencente ao Dr. João Gilvan Rocha. Ressalte-se que Marlene foi a sexta mulher a ocupar uma cadeira no vetusto sodalício dentre às quais: Maria Thétis Nunes, Ofenísia Freire, Carmelita Pinto Fontes, Gizelda Morais e Maria Ligia M. Pina.

Em 1999 foi Presidente da Comissão Especial de Estudos Jurídicos da Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Sergipe. Escritora prolífica, escreveu inúmeras crônicas para imprensa e rádio sergipanos, além de ser abrilhantada poetisa com sensibilidade lancinante. Destaco entre seus escritos: “A importância dos Conselhos Municipais de Educação”, “Direito Educacional” e memórias biográficas sob título “Tudo valeu a pena”.

Na afável esfera doméstica foi casada com o conceituado médico José Calumby Filho cuja amorável união matrimonial resultou em duas filhas. Em seu âmbito profissional aposentou-se dos cargos públicos que exercera com a maestria que lhe é intrínseca.

Conclui-se que a sua labuta incessante na cátedra, seu amor incondicional ao magistério e inspirador trajeto de vida são exemplares merecendo reconhecimento contínuo. Sua luzidia simplicidade, jeito sem soberba e acolhida humana fazem de Marlene Alves Calumby uma das maiores intelectuais vivas no que se refere à moderna cultura sergipana.

 

Igor Salmeron,S ociólogo, Doutor em Sociologia pela  UFS, vinculado à Academia Literocultural de Sergipe e ao Movimento Cultural Antônio Garcia Filho da Academia Sergipana de Letras (MAC/ASL).

E-mail para contato: [email protected]

 

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